quinta-feira, 21 de agosto de 2008



"Minha alma é uma orquestra oculta
Não sei que instrumentos tangem e rangem
cordas e harpas, tímbales e tambores dentro de mim
Só me conheco como sinfonia"


Fernando Pessoa

segunda-feira, 11 de agosto de 2008


"A metafisica pareceu-me

sempre uma forma prolongada

da loucura latente"


Fernando Pessoa

domingo, 10 de agosto de 2008




Música

Poesia

Teatro

Fotografia

Eis o meu ópio

Eis o que devoro




*Anike Lamoso

sábado, 9 de agosto de 2008


Aceito ser usada e possuída pelas palavras
Sou uma prostituta de idéias
Abandonada após o coito.
Anike Lamoso

Uma voz soa dentro do meu âmago
O amor grita, se expele, transborda
Nesse instante atinjo a paz
Os sentidos sentem a si mesmos
Evoco sentimentos
A razão se perde
Guio-me pelo que?
É tão indescritivel o que sinto
Como de olhos vendados caminho tentando sentir,
agarrar algo de sólido
Mas é tudo tão vago, tão fugaz e fantasioso
O que é real? Até que ponto ele existe?
Delírios se misturam a visões que nem eu mesma as sinto
Acordada? Não sei se estou
Um sonho, uma ilusão, quem sabe?
Me vejo em antítese entre o eterno e o efêmero
Talvez tudo não seja senão um surto
Mas de quê?
Lucidez?
Loucura?
O que sou enquanto indago sobre tais questões?
Já não sinto o corpo, o físico
Existo enquanto penso?
Transcendo enquanto sou?


*Anike Lamoso
"As vezes me preservo
Noutras, suicido."
Z.B
"Um hálito de música ou de sonho
Qualquer coisa que faça quase sentir
Qualquer coisa que faça não pensar.."

Fernando Pessoa em Livro do Desassossego

sexta-feira, 8 de agosto de 2008


Começou de novo.
Rabiscos, palavras perdidas..
A busca incessante pela inspiração é tão torpe.
Tentamos buscar algo de real em meio a pensamentos soltos, vazios.
Agarrar algo de sólido que logo se perde.
Não há o que ser forçado.
As palavras nos escolhem.
Somos instrumentos descartáveis usados pelas idéias.
Ficamos grávidos delas e depois que a abortamos, nos tornamos inférteis.
Tudo se desintegra.
E nós,

inconformados, deixados ao acaso
viciados nessa lúxuria
lutamos contra a abstinencia buscando um casamento perfeito das palavras
Que tolos são os poetas
Não percebem o quão inúteis são.



*Anike Lamoso