terça-feira, 29 de março de 2011

Quanto desespero nesse olhar transbordando inquietações
Quanta aspereza nessa língua amarga
Quanto desengano, meu deus!
Quantas promessas vazias
Quantos desejos ludibriados
Que desventura me assola o peito
Quantas formigas aninhando-se em meus pés
Quanta cólera, deus meu!
Quantos sentimentos inconstantes
Quantos destroços

Quantos desvarios
Labores perdidos
Quantos sentimentos reversos
Quantas paredes em branco

Doses cavalares de ócio e caos
Quantos pensamentos contorcidos
Terra não fecunda
Quantos insetos nesses ouvidos
Quanto lodo, quanta lama!
Que desassossego!
Quantos gemidos sufocados
Quantas esporas nesse corpo
Que ossos perturbados
Quanta gordura nesses olhos
Quanta lamúria
Quantas vontades convulsas
Quantos versos gritados ao avesso
Quanto choro aos pés do verdugo
Quantos sopros vazios
Quanto medo.