Torta como foice que se curva pra matar
Torta como se fosse
Enfrento essa derradeira lucidez que me cega
Grito com os olhos em agonia
São respostas o que procuro
Elas estão fantasiadas nesse baile
Mas eu não fui convidada à festa
Nesse terreno de palavras sem cor
Encontro-me parada, em desafio
Espero aquela que se pinte
E traga consigo o meu tom
Falo como quem consente
Como quem mente
Talvez não bastasse o pranto
E não basta
Chega de tantos tontos dizeres
O que me é ou me habita a não ser a dúvida?
A súbita vontade de querer mais
De ser maior
Estou faminta
E falta à mesa o pão que alimenta
Careço do que me nutre
Tenho andado profundamente faminta
Não queiram me enganar com migalhas
Tragam-me banquete
Não me coloquem vendas
Não maltratem meus olhos
Não me coloquem à venda
Não me apregoem pecados
Não me coloquem à júri
Com o que sou construo castelos invisíveis
Não tentem vê-los
Desenho com mãos fatigadas o meu pequeno universo
Como a carne crua do desencanto
Levo no meu peito arfante esse grito que nem se ouve
Caminho em tropeços nos quintais da vaidade
Samambaias crescem junto aos meus cabelos
Raízes brotam das minhas unhas
Profusos lírios florescem no meu sexo
E confusas borboletas proliferam-se nos meus olhos
Tenho as mãos calejadas de tanto moer meus medos
E pés convulsos que dançam em segredo
E língua sedenta qual planta na seca
E nariz que não sente o brilho das flores
Tenho andado profundamente faminta
Não queiram me enganar com migalhas
Tragam-me banquete
Não me coloquem vendas
Não maltratem meus olhos
Não me coloquem à venda
Não me apregoem pecados
Não me coloquem à júri
Com o que sou construo castelos invisíveis
Não tentem vê-los
Desenho com mãos fatigadas o meu pequeno universo
Como a carne crua do desencanto
Levo no meu peito arfante esse grito que nem se ouve
Caminho em tropeços nos quintais da vaidade
Samambaias crescem junto aos meus cabelos
Raízes brotam das minhas unhas
Profusos lírios florescem no meu sexo
E confusas borboletas proliferam-se nos meus olhos
Tenho as mãos calejadas de tanto moer meus medos
E pés convulsos que dançam em segredo
E língua sedenta qual planta na seca
E nariz que não sente o brilho das flores
E ouvidos que não ouvem o cheiro da música
Dedos que sequer se beijam
Pés que sequer bocejam
Boca que não chora, mas derrama
Dissolvo quereres em gotas que lavam
Carrego no ventre as mãos pesadas que escrevem esses versos
Caminho nos jardins do desassossego
E árvores de largas copas formam meu abrigo
O céu se esconde infinito
Teto de folhas, paredes róseas ou não mais
Deito meu corpo desnudo nos gramados da ilusão
E semiergo-me no instante inexpressivo entre a saudade e a dor.
Dedos que sequer se beijam
Pés que sequer bocejam
Boca que não chora, mas derrama
Dissolvo quereres em gotas que lavam
Carrego no ventre as mãos pesadas que escrevem esses versos
Caminho nos jardins do desassossego
E árvores de largas copas formam meu abrigo
O céu se esconde infinito
Teto de folhas, paredes róseas ou não mais
Deito meu corpo desnudo nos gramados da ilusão
E semiergo-me no instante inexpressivo entre a saudade e a dor.
6 comentários:
Lua vem e muda tudo
lua vai e muda o mundo
Saudade desse seu poetar
uma saudade um tanto simples...
de te ver sorrir...e te ver respirar...
Tanta coisa caberia aqui para descrever isso, e não caberia nenhuma coisa.
Basta que é forte, bastante forte
A verdade está dentro do seu querer e da fome do seu conhecimento!
Espero que toda essa dor seja apenas hipérbole das palavras, pois não consigo visualizar um ser humano com tamanho sofrimento e ainda pulsante.
Espero que seja poesia, já que "O poeta é um fingidor".
Me identifiquei bastante com esta parte: O que me é ou me habita a não ser a dúvida?
A súbita vontade de querer mais
De ser maior
Com certeza estou numa fase assim também. Dúvida não no sentido de não saber o que decidir, mas a dúvida de não ter respostas para as façanhas da vida, do coração.
Bom, paz para você.
;*
vou decorar ela pra recitar junto com vc... xD
Amo vc, linda!
Lindo minha amiga, tão sensível como muito forte! faltou um pouco das cores que transbordam de vc e que sempre existiram...a nossa vida é da forma como a enchergamos. Te amo flor de luz!
paty
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